Resenha | Ir Embora [Julius Vieira]
Hoje venho até aqui para falar um pouco sobre Ir Embora, novo conto do Julius Vieira - parceiro aqui do blog e também um dos meus melhores amigos :)
Livro: Ir embora
Autoras: Julius Vieira
Páginas: 22
Sinopse: Após um ano da morte dos pais, Paulo decide ir embora da casa onde viveu uma existência medÃocre. Entretanto, a casa demonstra não querer o mesmo.
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Em Ir Embora, conhecemos Paulo, que mora na mesma casa desde que se conhece por gente. Porém, a sua moradia não é apenas tijolos e telhas, e logo o personagem percebe que o medo espreita em todos os cantos e buracos escuros do local. Agora tudo que ele mais quer é ir embora.
“Ele duvidava haver existência mais medÃocre do que a sua própria. Uma vida tão monótona e comum, que havia poucos dias, em todos aqueles anos - quase trinta-, dignos de nota.”
Eu tenho o grande orgulho de dizer que já li tudo que o Ju publicou. Então é muito legal ver ele viajando por diferentes gêneros literários - e é sempre um orgulho ver o quanto ele faz isso bem. Após escrever dramas, poemas, suspense e, até mesmo, comédia, temos a primeira história de terror de Julius Vieira! E uau, como essa história é boa.
Tenho um grande amor por horror, é inclusive objeto de estudo do meu mestrado, então imaginem o prazer que foi ter Ir Embora em mãos. Com uma narrativa que te envolve e te faz mergulhar de cabeça nas paredes e cômodos da casa da famÃlia de Paulo, nos vemos tentando fugir junto do protagonista, e torcer para que ele consiga a todo custo ser livre.
Acredito que o principal motivo de sentir tanta angústia pelo personagem é o fato de que, por mais que seja uma história de terror, é quase impossÃvel não reconhecer o sentimento de querer se afastar, ir embora e recomeçar a vida, longe de um passado traumático e triste. É agonizante ver os seus sentimentos se fechando, o medo e o desespero aumentarem, e sentimos tudo isso junto de Paulo.
“Ele era apenas Paulo. Como seu pai, seu avô, seu bisavô. Um nome que, antes de ser seu, era uma homenagem ao seu tatára-alguma coisa, uma pessoa tão desconhecida para ele quanto alguém aleatorio que morava no Japão ou o vizinho dos fundos. Um nome que carregava o peso da mediocridade daquela famÃlia”
Em poucas páginas, somos transportados a uma realidade no qual o medo é o principal sentimento que atinge nossos corações. Senti meu peito apertar e fiquei levemente assustada, principalmente pelo fato de morar sozinha. Meu apartamento é antigo e faz muitos barulhos (Você me paga por isso, Julius).
Recomendo Ir Embora para os amantes de terror, que desejam uma leitura rápida, mas extremamente amedrontadora.
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