Antes eu tinha pressa
Antes eu tinha pressa. Acreditava que precisava correr desesperadamente atrás das pessoas, atrás de sentimentos. Acreditava que se fixasse a mão nos ponteiros do relógio, ele obedeceria meus horários. Que se eu continuasse nessa busca pelo tesouro no fim do arco-Ãris, ele apareceria em minhas mãos.
Mas não é assim que funciona. Chega a ser irônico pensar que as coisas começaram a der certo justamente quando parei de buscar por elas. É triste pensar em todo aquele café desperdiçado, presentes quebrados por um passado estilhaçado, relógios de bolso compartilhados por quem não sabia ver as horas. Mas tudo é aprendizado, e se hoje me encontrei, foi exatamente por ter esbarrado em quem não fazia ideia da minha profundidade.
Sempre costumo comentar que nadei por muito tempo em águas rasas, e mesmo ondas tão finas conseguiram me afogar, mas não da maneira certa. Eu quero me afogar em imensidões, águas profundas, oceanos escuros que me permitem mergulhar e, lá no fundo, encarar as estrelas.
Não quero correr, não quero me questionar. Não sou muito fã de incertezas. Mas felizmente, aprendi que não preciso correr, pois meu relógio é apenas meu.
Não vou correr, nem fugir. Quero apenas sentar nesse balanço, e encarar a beleza de cada flor desse jardim. Eu aprendi a apreciar cada momento da vida, e olhar detalhadamente a sua arte.
Eu quero essa felicidade compartilhada. E realmente não me importo em esperar.
Foto de Shaun Low na Unsplash |
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