Faz tanto tempo que eu não escrevia
Faz tanto tempo que eu não escrevia, admito que não sei por onde começar. Passei por diversas transformações esse ano, fui quebrada em pedacinhos muitas vezes, e tantas vezes tive que me reconstituir e ressignificar essas sensações abundantes, boas e ruins, profundas e estáticas.
Acho que quase abandonei esse espaço, mas como em cada final de ano, uma energia de recomeços e coisas novas me inunda, me afogando em emoções circulares que me fazem despejar palavras em versos e parágrafos. Admito que ultimamente tenho tido muita inspiração, e um admirador do meu trabalho anda me incentivando muito também (vou esperar você ler isso, não vou te contar).
Tenho voltado a escutar música, ela me salvou muitas vezes esse ano. Acho que esse foi o melhor ano da minha vida, mas também o mais desafiador e difícil. Achei que não ia aguentar muitas vezes, mas conheci pessoas incríveis que me ensinaram que não estou sozinha, que sou amada e que também tenho a capacidade de amar. Não sei o que vai ser do próximo ano, mas espero coisas boas. Tenho sentido tanta saudade de escrever, de criar, de sentir. Mas amo a arte da mesma maneira que gosto dos guitarristas das minhas bandas favoritas (e também daqueles que possuem carreira solo, ou que estão prestes a começar).
Ano que vem estarei rodeada de arte e artistas, da maneira que sempre sonhei. Me afastei de pessoas que me puxavam para baixo, e aprendi a reconhecer bandeiras de sinalização de perigo. Espero que elas continuem apitando no futuro, para que eu não deixe espinhos de rosas me machucarem (a beleza delas não é o suficiente para deixar nossos dedos sangrarem).
Esse ano eu conheci duas bandas que se tornaram as minhas favoritas, lado a lado com Supercombo (que me acompanha desde que eu tinha 15 anos). Meu coração foi arrebatado por Terno Rei e por O Grilo, que me salvaram de tantas formas que eu não sei nem explicar, só agradecer por terem me mantido viva. E enquanto escrevo esses versos, escuto versos de Violeta, que deixam minha alma extremamente púrpura.
Me sinto verdadeiramente nostálgica, e é engraçado escrever esse texto, pois sinto que amadureci muito, ele é totalmente diferente de tudo que já escrevi. Mas sei que arte é feita de evoluções, e saber que mudei significa que cresci, como pessoa, profissional e tudo mais que engloba o meu ser. Acho que finalmente me encontrei e me amo verdadeiramente. Estou pronta para novos ciclos, me curei de manchas do passado, e agora vejo que as cicatrizes do meu jardim realmente cicatrizaram. Agora só existem flores, das mais diversas cores, que me incendeiam em um arco-íris de luz.
Agora está tocando Medo, e escuto o vocalista dizer que não tem mais medo, e que observa o céu mudar em cores. Eu acho que também não tenho mais medo de voar, Ale, seja para o Sul, ou para o Norte. Também não tenho medo do futuro, da minha carreira ou mesmo do meu próximo título acadêmico. Hoje sei que estou pronta para o que está chegando.
E de qualquer forma, não estou mais sozinha. Acho que nunca estive sozinha, na realidade, eu só estava olhando para as pessoas erradas. Mas acho que trocar de óculos me ajudou a focar nos alvos certos. Esse ano eu recebi conselhos, carinhos e cuidados. Senti coisas que nunca senti antes, e me fizeram entender que eu mereço sim ser feliz. Me senti bem-vinda, me senti cuidada, me senti amada. Estou cada vez mais saudável, talvez não totalmente, mas o progresso que tive esse ano foi extremamente grande.
Obrigada por me fazer sorrir, vida linda e tão complexa. Continue me surpreendendo e me mostrando o quanto é bom viver.
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