1 - Com quantos anos começou a escrever seu primeiro livro? E como foi o processo da escrita?

Quando criança, eu escrevia muitas histórias curtas. O hábito da leitura me levou para o caminho da escrita. Como eu não tinha muitos amigos e passava grande parte do tempo sozinho, encontrei a válvula de escape no ato de escrever e desenhar. Lembro que o autor Marcos Rey me influenciou bastante no começo de tudo.

2 - Qual o gênero que você mais gosta de escrever?

Eu escrevo de tudo, exceto chick-lit e erótico. Já escrevi romance, drama, suspense, aventura, fantasia, terror... Acredito que dentre todos esses gêneros, aventura e suspense são os meus prediletos.

3 - Quais escritores (ou outros artistas) te inspiram?

Na literatura nacional, Marcos Rey, Fernando Sabino, Guimarães Rosa e Augusto dos Anjos me inspiraram muito. Também amo literatura estrangeira, sobretudo no que diz respeito aos gêneros de fantasia, suspense e terror. Robert Louis Stevenson, Bram Stoker, Agatha Christie, HP Lovecraft, Stephen King, Lou Carrigan, Jim Harrison... Adoro seus trabalhos! Tenho uma grande admiração pelo escritor e diretor de cinema Quentin Tarantino, um dos principais responsáveis pela minha paixão à escrita.

4 - Quantos livros tem publicados? Fale um pouco sobre eles!

Em 2008 eu publiquei de forma independente um romance chamado “Ponto Instantâneo”, que narrava a trajetória de três amigos brasileiros em uma Hong Kong dominada pelo crime organizado. Esse livro não está mais no mercado, e ganhou um novo título, chamado “Dragões da Meia-Noite”. No futuro, eu falo mais a seu respeito.



Em 2012, lancei oficialmente “Uma odisseia além do oceano”, intimamente inspirado no clássico “A Ilha do Tesouro”. Foi o meu primeiro livro ilustrado. Nos anos seguintes, de 2013 a 2015, mais dois volumes foram lançados na Bienal do Rio de Janeiro e São Paulo, respectivamente, ambos chamados “Nos montes da inocência”. Esses três livros faziam parte da saga Entre o Céu e o Mar; uma história sobre piratas do século XVII. Na trama, a jovem e valente Annette Legrand renuncia uma vida tranquila no campo, para viver livremente nos mares da Europa e do Novo Mundo. Assuntos como pirataria, liberdade, vingança e alguns fatos históricos sintetizam o livro.



Em agosto de 2016, na bienal de SP, lancei “Sacanas do Asfalto”. O livro é uma homenagem ao Quentin Tarantino e ao cinema exploitation dos anos 70. Na história, três estudantes de cinema estão viajando para curtir as férias, quando uma gangue de motoqueiros começa a persegui-los, em uma aventura alucinante. A narrativa é propositalmente exagerada e segue um estilo mais Pulp, com várias ilustrações.


Em dezembro de 2016, na plataforma Amazon, publiquei “Enquanto eles não vêm”, a minha primeira obra direcionada ao terror. Autores como HP Lovecraft, Stephen King e Dean Koontz foram a maior fonte inspiradora, assim como jogos e quadrinhos das franquias Resident Evil, Silent Hill e Alone in the Dark. O livro aborda a luta pela sobrevivência de David e Lívia, dois soldados corajosos que se lançam no maior pesadelo de suas vidas, dispostos a enfrentar o medo do desconhecido e descobrir os maiores segredos da mansão arrepiante dos Mombach. Como de praxe, a obra conta com ilustrações de minha autoria, com documentos e fotografias macabras espalhadas pela mansão – que é o cenário principal.



5 - De todos os livros que escreveu, qual você mais gosta? (Eu sei que é difícil responder essa!)

Põe difícil nisso! Rs Rs! Tenho um carinho e orgulho especiais em nome de cada título lançado até então. É uma grande luta, uma grande conquista. Por ser a primeira obra de todas e ter o processo criativo mais longo (quase dez anos de estudo e escrita, entre pausas e engavetamentos), a saga “Entre o Céu e o Mar” fez brotar em mim um sentimento de carinho e gratidão muito forte. Como diz o ditado, “o primeiro, a gente nunca esquece”, né? Talvez sejam os livros mais pessoais que eu tenha lançado até hoje.

6 - Tem algum personagem que você se identifica dentro das suas obras? 

Cada personagem carrega um pouquinho do Robson. Mas vou citar o David Cordova, do livro “Enquanto eles não vêm”, porque ele é persistente e acredita nos próprios esforços, mesmo quando o mundo se afigura ao inferno. Já desisti de muitas coisas na vida, das quais me arrependo amargamente. Porém, de uns tempos pra cá, estou cada vez mais firme nos meus objetivos; afinal de contas, só conseguirei realizar os meus sonhos se eu correr atrás deles.



7 - Sua família e amigos apoiam você? O que acham da sua profissão?

Alguns não encaram a minha escrita como profissão. Apesar de estar na estrada há cinco anos, eu ainda não vivo somente de livros. Mas a maioria me apoia. A minha mãe (o sol da minha vida!) é a que mais acredita no meu trabalho. Na bienal de SP, em 2014, ela me ajudou a vender diversos exemplares pelos corredores do centro de convenções. Aquele gesto foi a prova definitiva de que ela lutaria pela minha realização até o fim.

8 - Quais obras te inspiram quando você está escrevendo?

No ato da escrita eu me isolo de tudo, inclusive de outros livros, para manter a minha originalidade. Mas carrego na consciência alguns títulos que marcaram a minha vida de leitor, e escuto muitas trilhas sonoras que ajudam a engrenar o processo criativo. Adoro Ennio Morricone, Philip Glass, Kenji Kawai, Angelo Badalamenti, Hans Zimmer...

9 - Tem projetos futuros? 

Muitos! Além de relançar alguns títulos, como “Dragões da Meia-Noite” e “Uma odisseia além do oceano”, pretendo publicar um faroeste ambientado no sertão nordestino da década de 30. A partir do dia 2 de maio (já estamos na porta!), começarei a publicar Vanishing Point na plataforma Wattpad (momento merchan!):



Conforme foi anunciado nas minhas redes sociais, Vanishing Point é mais um livro inspirado no Tarantino, principalmente no seu quarto filme, Kill Bill, que envolve grupos de assassinos profissionais, gangsteres, artes marciais, anime japonês e faroeste italiano.

Na trama, acompanharemos a trajetória de dois irmãos que viviam nas ruas, até serem recrutados por um misterioso gangster para se tornarem assassinos profissionais. Um desses irmãos, conhecido no mundo do crime como “Stuart”, acaba quebrando uma das principais regras do bando: se apaixonar por alguém. Isso ocasiona uma reviravolta sangrenta na sua vida, e ele se vê obrigado a pagar um preço muito alto. Irmandade, aprendizado e escolhas estão presentes na trama, que é repleta de aventura, suspense e ação.

O livro começou a ser escrito em 2007 como uma fanfic de Kill Bill, mas os personagens cresceram de tamanha forma, que me vi obrigado a transformar o projeto em algo maior e mais original. Em 2013 o texto foi concluído, e em 2014 trabalhei em mais de 60 ilustrações para acompanharem os capítulos. Tanto acreditei nesse trabalho, que decidi desenhar um “trailer” de Vanishing Point e colocá-lo na abertura do “Sacanas do Asfalto”.



Não percam o lançamento do livro no Wattpad, em maio! Serão postados dois capítulos por semana, e o melhor de tudo: gratuitamente!

10 - Se pudesse deixar uma mensagem para quem está começando. O que diria?

Sinto-me um pouco repetitivo por sempre externar essa frase tão curta e tão maravilhosa ao mesmo tempo. Mas é fato: se você ama escrever e acredita que a sua obra tem uma mensagem para o mundo, NÃO DESISTA! Sabemos que viver de livros no Brasil não é para qualquer um, mas só o fato de correr atrás desse sonho nos torna grandes guerreiros. Leia, escreva, leia de novo, e escreva de novo... E persista!

Muito obrigado, Ana, pelo convite e pelas perguntas maravilhosas! Parabéns por divulgar a nossa literatura nacional. Muito sucesso para o blog! Abração!
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