O que você faria se fosse transportado para um mundo completamente diferente do seu? Um lugar cheio de criaturas fantásticas, guerreiros, gigantes, anões e até mesmo criaturas sombrias?

É essa a principal trama do livro que iremos conversar hoje. A obra da vez se chama Adelphos, livro  publicado pela Editora Pendragon que recebi em parceria com o autor M. Pattal.

Foto Autoral

Livro: Adelphos
Autor: M. Pattal
Editora: Pendragon
Páginas: 370

Sinopse: Enzo, Mila e Dan são três adolescentes com deficiência que acreditam ser possível competir em iguais condições com os demais Atletas Olímpicos. Enzo é surdo e treina na modalidade Tiro com Arco. Mila tem glaucoma de nascença e treina na Ginástica Artística, enquanto Dan usa uma prótese na perna esquerda para treinar no Atletismo. De uma forma inesperada, após o contato com uma luz misteriosa, eles são transportados para um mundo fantástico chamado Oykos, parcialmente dominado pelo Dragão Ponéros. Enquanto tentam encontrar as respostas e o caminho de volta para casa, eles precisarão enfrentar os perigos que surgem durante a jornada. Seres das trevas, chamados Éktros tentarão impedi-los de chegarem ao único local capaz de fornecer as respostas que precisam: a Terra de Adelphia. Em Oykos os preparativos para os Jogos da Liberdade estão a todo vapor. Apesar do nome positivo, os Jogos são mortais e o seu resultado pode alterar o destino de todos os habitantes daquele mundo. Enquanto isso, os rumores de que um evento chamado “A Revelação” estaria prestes a acontecer e acabar com o domínio do dragão, tornam o cotidiano dos Oykanos tenso, gerando grande instabilidade entre as Terras. Adelphos é uma saga de tirar o fôlego, repleta de aventuras, surpresas, reviravoltas e mistérios que prendem o leitor da primeira à última página, ao mesmo tempo em que o leva a refletir sobre dilemas e conflitos do mundo real.

“- Liberdade não significa apenas estar livre de correntes e prisões. Você pode estar sujeito a tudo isso e mesmo assim sentir-se livre. Só podem prender sua mente e seu coração se você permitir.”

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Antes de começar a leitura desse livro, eu estava com um pé um pouco para trás. Atualmente, muitas fantasias estão trazendo cada vez mais do mesmo, principalmente, quando temos adolescentes como protagonistas. Porém, eu me surpreendi com essa obra. Diferentemente do que estamos acostumados, o autor traz três protagonistas que não se conhecem, e vai se aprofundando na história de cada um desses personagens distintos, sendo que cada capítulo é centralizado em um deles, sempre em 3º pessoa.

“Aquilo que você pensa determina o que você sente, e aquilo que você sente determina como você age.”

Eu achei esse fato incrível. Depois de tantos livros com um trio de amigos principais, eu já estava saturada disso. Então, imaginem o quanto foi legal encontrar uma obra que aborda adolescentes de regiões diferentes do Brasil, que, ao serem transportados para Oykos, também acabam indo para lugares diferentes e conhecendo pessoas de todos os modos.

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Outro ponto muito legal da obra é a imensidão de detalhes, o que torna possível ver o quanto o escritor se empenhou na pesquisa do livro. Isso é muito interessante, já quê, em muitas obras voltadas para o público infanto-juvenil, alguns autores não optam por detalhar muito  a narrativa, o que para mim, é algo que não deveria acontecer, já que a ambientação da trama é algo muito importante nos livros.

“- A reputação nem sempre está relacionada com o caráter. Caráter é aquilo que você é. Reputação é aquilo que dizem que você é.”

Em relação a edição, não há nada de novo que eu possa falar, vocês sabem o capricho da Editora Pendragon, e como eu sempre gosto de destacar isso. A diagramação como sempre estava impecável, com detalhes em cada início de capítulo, sem falar nos mapas lindíssimos do Mundo de Oykos.

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Adelphos é um livro sobre coragem, autoconhecimento e principalmente, sobre inclusão. Com lutas de tirar o fôlego, porém, escritas de uma forma leve e clara para um público mais jovem, a história se torna muito gostosa de se ler.

“[...] Um navio pode estar seguro em um porto, mas não foi para isso que ele foi feito.”

É uma obra que recomendo, principalmente para quem gosta de fantasias com protagonistas adolescentes e uma linguagem mais juvenil. Realmente, você irá se surpreender com o mundo criado pelo M. Pattal.